RECURSOS PESQUEIROS MARINHOS EM ESTADO DE SOBREPESCA
O ambiente marinho
A Comissão Mundial Independente sobre os Oceanos – CMIO (1999) destaca que:
- Os oceanos cobrem aproximadamente 71% da superfície da terra;
- O ambiente marinho abriga 43 filosdistintos, enquanto o terrestre possui ao todo 28 filos;
- A base da cadeia alimentar marinha é uma comunidade de organismos microscópicos chamada plâncton. Salvo poucas exceções, as comunidades marinhas dependem da produção de fitoplâncton e zooplâncton como fonte de energia;
- A distribuição e a abundância de comunidades de fitoplâncton dependem de um conjunto de variáveis, como a luz, a temperatura e o nível de nutrientes existentes na água. Em termos gerais, a produção de plâncton é menor nas regiões tropicais, em grande medida por força da escassez de nutrientes e das elevadas temperaturas que maximizam a circulação desses componentes, ao invés de ficarem incorporados aos organismos;
- As áreas mais produtivas de todos os oceanos tendem a situar-se em águas costeiras e regiões de ressurgência, dado que os níveis de nutrientes são geralmente mais elevados e, assim, com maior concentração de fitoplâncton.
Silva (1970) informa que, de toda a área dos oceanos, apenas 10% é produtiva. Dessa área produtiva, 9,9% correspondem às plataformas continentais e 0,1% às zonas de ressurgências, também contíguas à costa. Os 90% restantes são quase absolutamente desérticos. Conclui que as áreas costeiras são 5 vezes mais produtivas que o oceano no seu todo e que as áreas de ressurgência são em média 50 vezes mais produtivas, podendo alcançar produtividade 75 vezes maiores que a do oceano.
Segundo Caddy&Griffiths (1996), a maior parte da produção pesqueira se dá dentro das 200 milhas próximas da terra, o que torna os recursos pesqueiros muito suscetíveis dos efeitos das atividades humanas ( vide FIG. 2.1).
Confirmando as constatações anteriores, dos 98,3