recursos humanos
Os negócios sociais representam o futuro do empreendedorismo
Ao longo da história, o enfrentamento de problemas sociais tem sido delegado aos governos, às organizações sociais e às ações filantrópicas. Hoje, porém, observa-se um fenômeno mundial: empreendedores fazendo uso da criatividade para desenvolver soluções lucrativas para os problemas causados pela pobreza global. Esse fenômeno não só atrai o interesse de investidores, executivos e estudiosos, como abre uma janela de oportunidades para aqueles que desejam se aventurar numa carreira antes impensável: a de empreendedor social.
O movimento se baseia na premissa de que as empresas podem ter uma relevância ainda maior para a sociedade, desenvolvendo modelos de negócios que ofertem produtos e serviços acessíveis, a fim de satisfazer às necessidades não atendidas dos 4 bilhões de pobres no mundo. O valor social seria gerado a partir da diminuição da “multa da pobreza” — pessoas de baixa renda, sem acesso ao mercado formal, obrigadas a pagar mais por produtos e serviços de baixa qualidade. O economista indiano Amartya Sen, prêmio Nobel em 1998, afirmou que o verdadeiro desenvolvimento consiste em eliminar as privações que limitam as oportunidades para que as pessoas exerçam sua condição de cidadãs. Essa perspectiva muda a maneira como encaramos a pobreza: em vez de partir para uma visão assistencialista de falta de renda, devemos nos concentrar na ampliação das oportunidades de escolha do indivíduo.
Durante 20 anos, acreditou-se que as multinacionais seriam as únicas organizações com competência e recursos para oferecer produtos de maior qualidade e baixo custo para a camada mais pobre. A crença baseava-se, em parte, nos ensinamentos de gurus como C.K. Prahalad e Stuart Hart, especialistas mundiais em negócios para a chamada base da pirâmide. Hoje, no entanto, sabe-se que são as pequenas empresas que detêm o conhecimento e a agilidade para desenvolver