Recursos Humanos
O estudo e a análise crítica da relação entre as transformações produtivas, as mudanças no mundo do trabalho e suas repercussões nas reformas educacionais1 são de relevância indiscutível para compreendermos os determinantes e o futuro das políticas educacionais implementadas em nosso país. De acordo com Kuenzer (1999, p. 175), “torna-se necessário delinear as respostas que o governo brasileiro vem dando às novas demandas da educação e, conseqüentemente, de formação de professores, por meio da legislação e das políticas públicas a partir de 1990”.
Nesse sentido, a análise das mudanças nos processos de formação humana - com especial destaque para as propostas de formação de professores e de pedagogos evidenciadas por meio de diferentes concepções de formação que são debatidas no contexto atual, fundadas em diferentes projetos e perspectivas históricas diferenciadas - pode revelar se esse processo busca readequar a formação de professores às necessidades típicas dos novos paradigmas da acumulação de capital, ou se compromete, de fato, com a universalização da educação com qualidade, como afirma o discurso oficial.
Alguns conceitos têm sido insistentemente utilizados pela literatura no campo da formação de professores e incorporados pelos documentos oficiais. Tais conceitos podem ser identificados no perfil profissional baseado na construção de competências profissionais e de
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De acordo com SACRISTÁN (1996), existem poucos temas tão difíceis de abordar quanto o das reformas educacionais. O próprio conceito de reforma coloca um problema semântico que nos introduz num mundo de significados e propósitos muito variados, destaca o autor. Pode -se utilizar tal denominação “quando se quer acomodar o ensino às demandas do mercado de trabalho, quando se efetua uma mudança de estrutura de níveis ou de ciclos com a finalidade de tornar o sistema mais justo; fala-se de reformas ao se descentralizar a administração do sistema, quando se