Recursos humanos e perspectiva histórica
Tema 1: Recursos Humanos: Perspectiva Histórica
A área de recursos humanos passou por diversas configurações ao longo da história. Essas configurações, segundo Albuquerque (1987), são manifestações dos diferentes ambientes tecnológicos[1], econômicos, sócio-culturais e políticos pelos quais a área de Recursos Humanos se deparou ao longo da história do Brasil. Conforme destaca Messeder (1989), o Brasil passou por várias formas de organização econômica, social, política e administrativa: o Estado escravagista colonial, o Reino escravagista unido a Portugal, o Estado nacional monárquico escravagista e o Estado nacional capitalista. Para o autor, a transição entre esses marcos históricos foi acompanhada por modificações importantes na área de Recursos Humanos, que passou da fase pré-cartorial, para a burocrática cartorial, desta para a relações industriais, desembocando na administração de pessoal e, por fim, na administração de recursos humanos. Apesar dessa transição, o autor pontua que a gestão de recursos humanos no país ainda desenvolve-se majoritariamente a nível instrumental e técnico, em detrimento a elementos sociais, éticos e morais. Abrangendo a linha histórica do desenvolvimento político do Brasil, Faoro (1989:736) afirma que a permanência de uma estrutura patrimonial impactou claramente a organização capitalista nacional: “[a realidade histórica brasileira] adotou do capitalismo a técnica, as máquinas e as empresas, sem aceitar-lhe a alma ansiosa por transmigrar”. A transmigração, segundo o autor, refere-se à passagem (que não ocorreu em sua plenitude no Brasil) do indivíduo, de súdito a cidadão; e do Estado, de senhor a servidor. Como consequência, ve-se no país um pequeno número de indivíduos, componentes do patronato político, que dirige, estabelece e impõe seus patrões de conduta a uma “classe altamente desarticulada a que chamarei de povo” (FAORO, 1989:744). A empresa capitalista, em contrapartida e como