Reconceituação do serviço social

Transformar e romper com o tradicionalismo no Serviço Social foi o cenário de importantes discussões ocorridas em um país que vivia um momento onde surgiam ideologias, repressões e conflitos sociais e políticos. Vendo o trabalho assistencial exigindo um fortalecimento em sua identidade e legitimidade é que reuniões feitas do decorrer desse período representam a busca pela reconceituação do trabalho assistencialista.

Embora a perspectiva transformadora tenha sido um importante tópico discutido no Seminário de Araxá, em 1967, a ruptura com o tradicionalismo não foi almejada. O que se evidenciou foi a busca pelo transformismo onde o Serviço Social pudesse manter as bases tradicionais. O moderno e o tradicional intervêm na política de macroatuação e microatuação. Na macroatuação há a intenção de inserir o trabalho de assistência em um nível onde possa agir politicamente em busca do desenvolvimento e tornar-se, também, responsável por este. Na microatuação mantêm-se a execução do serviço diretamente com a sociedade em um caráter tradicionalista. O que se questiona, também, é a visão de globalidade e a participação do homem como transformador. Afinal, é preciso conscientizá-lo de seu tempo e seu papel fundamental para que ocorram as mudanças.

Já em 1970, com o Seminário de Teresópolis, evidenciou-se a transformação e ruptura com o conservadorismo. Entre análises de textos produzidos por participantes do encontro, destaca-se o de Dantas por sua coerência com a proposta da reunião. Seu ensaio atinge o foco da questão modernizadora sistematicamente e busca a cientificidade do Serviço Social. O sistema de diagnosticar e intervir no problema se conceitua em textos, ensaios e artigos trazidos pelo autor. Nestes, a complexidade se fundamenta em sistematizar de forma que existam níveis de intervenção da prática assistencial. No decorrer do evento, grupos de debate buscaram conceituar a metodologia chegando às conclusões finais baseadas em quadros onde se aborda o