RECEPTORES DE SUPERFICIE
História da Ciência
Os diferentes modelos da membrana plasmática
Prof.ª Catarina Reis
Introdução
Cada célula é uma nação com as suas leis, as suas populações de moléculas e a sua economia próprias. Cada célula, como cada nação, começa na fronteira, a membrana plasmática. Só a manutenção de um controlo de fronteira mais ou menos apertado pode permitir a sobrevivência da célula, como da nação, impedindo a entrada de visitantes e mercadorias indesejados e facilitando, ou memo promovendo, as trocas que favorecem a economia.
As nações têm de aceitar regras que, não sendo por vezes aparentemente do seu interesse directo, lhes permitem uma integração no conjunto que acaba por lhes ser benéfica. Assim também as células de um organismo se adaptam umas às outras e, através da membrana, recebem verdadeiras “embaixadas” provenientes de outras células, cuja função pode ir da imposição de restrições até ao auxílio, passando pelo simples reconhecimento.
Como as fronteiras das nações, a fronteira da célula pode não ser 100% eficaz:
“contrabandistas”, como as toxinas, ou mesmo “exércitos inimigos”, como os agentes patogénicos, conseguem, por vezes, atravessá-las.
Quando as nações deixam de acatar as regras entre si estabelecidas, criam-se situações que põem em causa o equilíbrio das relações internacionais. As células cancerosas são células que se modificaram e, entre outras coisas, “fecharam as fronteiras” tornando-se surdas às informações que lhes são exteriores, quebrando o padrão de comportamento desejável para a harmonia do conjunto.
Passam assim, a pôr acima desta, os seus “interesses egoístas”, gerando-se situações de “corrida aos recursos” que acabam por levar à destruição de todo o sistema que é o organismo e, por acréscimo, de si próprias.
(Guadalupe, 1996)
O texto em cima apresentado é elucidativo quanto à importância da membrana plasmática para a célula. A funcionalidade da membrana - condição essencial