Recensão critica
“ A dimensão simbólica do discurso publicitário”
O artigo “Dimensão simbólica do discurso publicitário”, de Cristina Alexandra Figueiredo Santos, professora doutoranda da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), trata a relação entre o consumidor e o produto, o poder de influência do discurso publicitário e sua simbologia.
Numa primeira abordagem, a autora começa por enunciar a evolução, ainda que muito breve, do discurso publicitário, que com a revolução industrial deixou de se centrar na dimensão funcional do produto passando a explorar a vertente simbólica, que se deveu, em grande parte, ao surgimento das marcas.
Num ponto de vista bem fundamentado, Cristina Santos explica que as marcas, sendo o principal capital das empresas, atribuem uma identidade, servindo de referência, facilitando no processo de decisão, e que a função do discurso publicitário é diferenciar os produtos no meio da multiplicidade. “(...) o produto é aquilo que a empresa fabrica, a marca é aquilo que o cliente compra” (Kapferer, 2000: 8)
No decorrer do texto, realça-se , de forma clara, o duplo papel do produto detendo as funções utilitária e social, sendo por isso meios de satisfação das necessidades humanas e de comunicação de poder e ideias sociais. Assim, a aquisição do produto confere ao consumidor determinado estatuto social, visto que os pertences adquiridos representam um estilo de vida, um modo de pensar, criando perfis estereotipados ou rótulos, pois os objetos podem ser alvo de discriminação ou de prestígio.
Se analisarmos a pirâmide das necessidades, do psicólogo americano Abraham Maslow, verificamos que no topo se encontra a “ auto- realização”, o que nos leva a perceber que, na sociedade consumista em que vivemos, “ é uma condição do ” (Santos, 2005: 20-21).
Para a autora, aquilo que um sujeito é, e o que uma pessoa pretende ser são grandes motivadores de compra, sendo a ambição um excelente estimulador.