Recensão critica "A sociedade e a economia Portuguesa nas origens do salazarismo "
A sociedade e a economia Portuguesa nas origens do salazarismo
Analepse. Talvez a melhor palavra para descrever a forma como se sucedem os acontecimentos no decorrer desta obra, onde o autor se detêm na implantação do Estado Novo para narrar e descrever com todo o pormenor o processo que levou à sua instauração. Inicia portanto este flashback com o decorrer e com o findar das hostes da primeira grande guerra, esmiuçando grande parte dos detalhes da economia Nacional após o conflito. Deparamo-nos então, com uma economia assente numa base ruralizada onde se distinguem duas grandes classes: os rendeiros e a classe arrendatária. Estas por sua vez subdividem-se em mais três, os trabalhadores por conta-própria, por conta de outrem e familiares não remunerados. Vivia portanto a população Portuguesa, numa sociedade pré-capitalista onde o arrendamento ainda se regia por moldes feudais e onde os rendeiros eram gota em oceano de locatários. Mas seria esta situação só por si grave? Certamente que não, porém à que acrescentar a este panorama, ou melhor dizendo, não acrescentar, o facto de não existir praticamente indústria em terras Lusas. Cruzando informações, chegamos a conclusão que a maior parte dos nossos antepassados, trabalhava duro, muitas vezes de solo a solo, o que na sua grande parte não representava condições de habitação, aquecimento e higiene, vestuário, educação, etc. Representava sim, uma alimentação paupérrima, rica em pão e batata e carente de sais minerais e matérias gordas, razões que justificavam a alta taxa de mortalidade verificada na época. Encontramo-nos perante um cenário triste não dignificante das glórias de outros tempos!
Sobre este modo de trabalho/produção Karl Marx explica que neste caso existem duas classes que se defrontam: Os proprietários fundiários e o pequeno campesinato.
Interessante será perceber também o porque de Portugal não se ter industrializado (como acontecera noutros países europeus), e