Recalque dos edificios de Santos
Pelo seu caráter litorâneo e pelo fato de ter sido construída em parte sobre antigos terrenos de manguezais, a cidade de Santos tem um perfil de solos dos mais difíceis no país para a construção de fundações. Por este motivo, uma série de edifícios foram erigidos ao longo do século XX (especialmente a partir da década de 1960) com fundações executadas a partir de equívocos de sondagem ou de projeto. A especulação imobiliária surgida com a explosão do veraneio em Santos foi a responsável por tais erros, já que os edifícios eram construídos rapidamente para abrigar muitos veranistas.
O solo de Santos é o segundo pior do mundo, inferior apenas ao da Cidade do México. O solo da cidade é formado de oito a 12 metros de camada de areia medianamente compacta, seguida de 20 a 40 metros de uma camada de argila marinha, podendo depois ter outra faixa de areia ou não, e por último uma camada dura (formada por rochas) que varia de 40 a 50 metros. Para saber a resistência do solo é feito um relatório de sondagem. Retira-se uma amostra de cada camada, que é levada para um laboratório, onde se detecta o tipo de fundação a ser feita. Há dois tipos de fundações: rasa (em que se utilizam sapatas), quando se tem um solo que suporta a carga dos pilares, e profunda (onde geralmente se utilizam estacas) quando o solo é menos resistente.
O custo de uma fundação profunda é três vezes maior do que o de uma rasa, mas às vezes esse recurso é inevitável. É em função disso que muitos economizam quando não devem e esse é um dos motivos que faz com que os prédios da orla da praia sofram as inclinações com o passar dos anos. Em alguns pontos da Cidade, o terreno argiloso é o responsável pelos recalques dos prédios mais antigos, que não foram construídos sobre fundações profundas. Na verdade, o processo de estaqueamento de vigas de concreto, até atingir a camada fragmentada do solo (cerca de 60 metros abaixo), sempre recebeu resistência por parte da maioria