Recall
Por falta de tempo, conhecimento, ou mesmo paciência, o consumidor não exerce seus direitos quando tem problemas com o carro; o Procon é um dos canais de reclamação gratuitos
Discussões intermináveis, telefonemas sem fim e semanas com o carro parado na oficina poderiam ser abreviados se o consumidor exercesse plenamente seus direitos como cidadão. Muitos não sabem que o Procon existe. Outros o conhecem mas não recorrem a ele por falta de confiança em uma solução para seu problema, mas a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor, que existe em quase todos os Estados, cumpre seu papel muito bem. E o melhor: é gratuito. Basta juntar provas e apresentar a queixa. Para quem pensa que o processo é demorado, a socióloga Maria Inês Fornazaro, diretora do Procon-SP, afirma que o prazo médio de resolução da questão é de 15 dias. Ela recebeu Autoesporte para falar da relação muitas vezes difícil entre montadoras e consumidores.
Autoesporte - O consumidor tem a atenção que merece de montadoras e concessionárias?
Maria Inês Fornazaro - Não. Temos muita dificuldade para resolver as reclamações que envolvem automóveis. Encontramos uma resistência enorme das montadoras, pois sempre há outros fornecedores envolvidos, como o concessionário. O carro é um bem que você não compra para deixar parado. Se há um problema, leva-se na revenda para localizar o defeito. E lhe devolvem dizendo que consertaram. Aí, você leva embora na confiança, sem ter cópia da ordem de serviço ou mesmo a peça defeituosa em mãos. Há carros que voltam diversas vezes para consertar e continuam apresentando o problema.
Como o consumidor deve agir para se precaver de problemas assim, então?
Quase sempre, quando ele nos procura, não tem nada que documente a situação. Mas não é culpa exclusiva dele. A autorizada deveria antecipar-se e fornecer documentos. E o consumidor geralmente está cansado de tantas idas e vindas e do atendimento da marca e quer a troca do carro. Por isso,