Recalcamento
Freud em 1914 afirma que “a teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise” (FREUD, 1997). Porém para poder compreender esta afirmação é preciso esclarecer os detalhes deste tema. Johann Friedrich Herbart era um crítico onde foi sucessor das concepções de Leibniz e Kant, foi ele quem incluiu o termo Verdrängung (termo utilizado para designar a expulsão de uma representação para aquém do umbral da consciência, ou seja, o recalcamento), onde se aproximou de Freud. Segundo Johann Friedrich Herbart o elemento constituinte da vida mental é a representação (Vorstellung), que é adquirida através dos sentidos. A representação dele era semelhante ao de Leibniz, ou seja, a representação é como um organismo simples equipado de uma força (Kraft) que faz com que ela lute para auto se conservar, embora não sendo todas que obtém essa representação, procuram se unir quando são confrontadas. Sendo assim, uma representação, ou seja, uma ideia pode ser recalcada por outra ideia, fazendo com que ela permaneça abaixo do umbral de consciência (Nível psíquico, no qual o não consciente converte-se em experiência consciente). O crítico afirmava também que as ideias que se tornaram inconscientes não foram destruídas, mas ficam lutando (no inconsciente) para voltarem a ser conscientes. As concepções de Herbart e Freud são próximas, no entanto Herbart não fez do recalcamento o processo principal pela clivagem da subjetividade (Inconsciente e pré-conscientes/conscientes) e não as dividiu em leis distintas, esta concepção herbartiana do recalcamento está inserida na psicologia da consciência. Para Freud produzir o conceito do recalcamento, ele empreendeu a teoria do Trauma, onde mostra que as manifestações traumáticas seriam resultados de um trauma que foi causado na infância, onde foi provocado quando o individuo não tivesse conseguido realizar a ab-reação, ou seja, quando o individuo não obteve descarga