Fichamento: Repressão - Freud (1915)
Disciplina de Psicanálise I
Ingrit Rosane Mofati
FICHAMENTO: “REPRESSÃO” - FREUD (1915)
Originalmente, “Verdrängung”¹, o texto de Sigmund Freud “Repressão” descreve a teoria da repressão, ou recalcamento, como “a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise” (Freud, 1974). Tal comentário se autovalida quando refletimos sobre a importância do texto para os estudos psicanalíticos já que se apresenta como fundamental para a compreensão da subjetividade humana sob o viés psicanalítico.
Freud inicia a obra apresentando que a própria existência do mecanismo de recalcamento é comprovada pela experiência desprazerosa proveniente da satisfação de alguns instintos, ou pulsões, em suas palavras “teríamos que supor a existência de certas circunstâncias peculiares, alguma espécie de processo através do qual o prazer da satisfação se transforma em desprazer” (Freud, 1974). A liberação pulsional não seria, então, impossível mediante ao mecanismo do recalcamento, mas a força motora do desprazer seria a ela superior. Para Freud (1974) então “a essência da repressão consiste simplesmente em afastar determinada coisa do consciente mantendo essa distância”.
O autor segue discutindo o mecanismo do recalcamento propriamente dito, composto por duas fases: uma inicial quando algo tem sua entrada na consciência negada e fases subsequentes em que conteúdos representativos, o que se associem a primeira ideia seriam igualmente recalcados.
O mecanismo do recalcamento primário é o responsável pelo caráter dividido (consciente-inconsciente) do aparelho psíquico humano, estabelecendo o conflito como base do aparelho. Uma primeira experiência adquire caráter traumático ao ser resignificada e fixada por outra.
A primeira experiência não tem caráter sexual, por se tratar de algo pré genital e aparece inicialmente sem importância. É a partir da segunda experiência que algo aparentemente banal mostra-se essencialmente sexual. A