realeza cristã

19066 palavras 77 páginas
: Resumo de Medieval I
Prefácio Por Daniel Vale Ribeiro:
A Realeza Cristã na Alta Idade Media: os fundamentos da autoridade pública no período merovíngio á tese de doutorado de Marcelo Cândido da Silva. O titulo corresponde plenamente ao objetivo e ao espírito da pesquisa do tema pelo qual o autor demonstrou interesse antes de iniciar seu doutorado. Cândido reviu sua interpretação a respeito do sistema merovíngio e teceu critica à tese da “patrimonialidade” e do “absolutismo” da realeza franca.
O livro revela como a dinastia merovíngia, em alguns aspectos vista como sucessora do modelo romano, tornou-se verdadeiramente cristã. Ou seja: como e quando se processou na Gália o estabelecimento de nova autoridade pública de inequívoca influencia moral e política da Igreja.
O estudo começa pela analise da linha historiográfica tradicional, que lança sobre os merovíngios pesadas acusações, atribui a primeira dinastia franca a falência da idéia de respublica e salienta a violência como pratica dominante na vida política. Segundo Fustel a monarquia merovíngia identifica-se com o processo da crise da ideia de respublica, sustenta o caráter patrimonial da realeza “que se transmite segundo regras comuns, mas se podia mesmo legar por testamento ou por simples declaração de vontade, como se faria com um domínio” Assim o poder se transmite de pai para filho. O seu poder pessoal. Portanto, as medidas do soberano merovíngio refletem sua exclusiva vontade pessoal, como verdadeiro proprietário do reino. O regnum Francorum, não possui legitimidade teórica, busca legitimar seu poder na força militar e em Deus.
De modo geral, os trabalhos publicados do final do século XIX até a década de oitenta do século seguinte indicam três características do sistema político merovíngio: a patrimonialidade, desaparecimento do Estado e o absolutismo monárquico. Com efeito, existe uma solida tradição histórica que vê o começo da Idade Media como a derrocada de

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