Fichamento do artigo Alta Idade Média e dilemas nacionais europeus
FICHAMENTO
(Pág.11-12) Os chamados “reinos bárbaros” têm, há muito tempo, despertado o interesse dos historiadores. (...) Entretanto, é em torno da natureza dos “reinos bárbaros” que observamos as mais extraordiárias mudanças no posicionamento dos historiadores. Em uma comparação entre os trabalhos publicados sobre o assunto no século XIX e as obras mais recentes, o que mais chama a atenção é a evolução dos pontos de vista sobre a natureza das realezas que sucederam ao Império no Ocidente.
(Pág.12) Essa “guinada historiográfica” não pode ser explicada pelo advento de uma “revolução documental”. Conjunto de fontes disponíveis dos séculos V VI, VII permanece praticamente inalterado desde o final do século XIX. Não houve nenhuma descoberta significativa que pudesse transformar radicalmente o conhecimento sobre o período, e assim explicar tamanha mudança.
(Pág.12-13) È possível identificar desde o final do século XIX entre os historiadores franceses, assim como entre os historiadores alemães, duas visões distintas sobre a natureza da monarquia franca. (...) Durante o século XIX, os eruditos alemães, (...) eles acreditavam que as invasões germânicas significaram o triunfo de povos jovens e virtuosos face a um Império “decadente” e corrompido”. Para esses autores, que tinham uma visão idealista da “pré-história” dos povos germânicos, era difícil, e até mesmo impossível, aceitar a descrição negativa dos francos feitas pelos historiadores franceses.
(Pág.13) Há vários pontos em comum na argumentação dos adeptos alemães do “germanismo”: eles viam os germânicos como povos “virtuosos” cuja contribuição maior teria ido a de libertar os povos do Ocidente do domínio da aristocracia romana; para eles,