Raça e cultura
Érika de Carvalho Luso¹
Em 1952, ao expor suas ideias sobre raça e cultura em um ensaio publicado pela UNESCO sob o título Raça e História, o antropólogo, etnólogo e filósofo francês Claude Lévi-Strauss inicia sua exposição fazendo uma observação sobre o estado atual da ciência. Questiona se essa ciência seria capaz de enaltecer ou inferiorizar intelectualmente alguma raça em relação às outras. Observa também, ironicamente, que falar das contribuições de cada uma teria um “aspecto admirável” na “luta” contra a discriminação racial.
O pecado inicial da Antropologia, segundo ele, foi confundir a noção puramente biológica da raça e as produções sociológicas e psicológicas das culturas humanas. Graças à Gobineau, o pai das teorias racistas. Esse erro contribuiu para a legitimação involuntária da discriminação e da exploração.
Sabe-se que a humanidade se desenvolve por meio de formas diversificadas de sociedades e de civilizações. Não há nenhuma relação de causa e efeito entre a diversidade biológica e a diversidade intelectual, estética e sociológica. Mas, ao mesmo tempo em que são paralelas, distinguem-se uma da outra por duas questões: 1) A quantidade de culturas humanas é maior que a de raças humanas;
2) A diversidade entre as culturas põe uma vantagem ou um inconveniente para a humanidade.
Resta à sociedade questionar-se em que se firma esta diversidade. Há a necessidade da humanidade se debruçar sobre esse problema que está relacionado ao problema da desigualdade das raças humanas.
A questão agora é tentar compreender como e em que medida essas culturas humanas se distinguem umas das outras. Para Lévi-Strauss, o primeiro passo é delinear seu inventário. Ressalta-se que elas não se distinguem entre si da mesma maneira nem no mesmo plano. Deve-se, após esse momento, considerar as formas da vida social consecutivas e que não podem ser conhecidas por experiência direta.
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Graduanda do segundo período do curso de