Fichamento - Raça e cultura
Lévi-Strauss diz que não se pode falar em contribuições das raças a civilização, quando se pretende lutar contra os preconceitos raciais. E explica que fazer isto seria caracterizar as raças biológicas por propriedades psicológicas particulares, o que nos afastaria da verdade científica, mesmo que estivéssemos definindo-as positivamente, O "pecado original da antropologia", para o autor, consiste na confusão entre noção puramente biológica e produções sociológicas e psicológicas das culturas humanas.
Destinava-se, pois, a atingir toda a humanidade condenada sem distinção de raça a uma mestiçagem cada vez mais desenvolvida. Mas o pecado original da antropologia consiste na confusão entre a noção puramente biológica de raça (supondo, por outro lado, que, mesmo neste campo limitado, esta noção possa pretende atingir qualquer objetividade, o que a genética moderna contesta) e as produções sociológicas e psicológicas das culturas humanas.
Strauss diz que negar que existam "aptidões raciais inatas" também não resolve o problema que foi exposto pela civilização do homem branco, que alcançou progresso notável enquanto outras raças permaneceram e permanecem atrasadas: e necessário, então, ir além da negativa e nos atentarmos sobre outro aspecto, o da desigualdade – ou diversidade das culturas humanas.
2. Diversidade das culturas:
Quando se fala em diversidade de culturas humanas pode-se considerar sociedades contemporâneas ou sociedades que se desenvolveram no passado (neste caso, o contato direto é impossível e temos que nos contentar com os documentos escritos ou monumentos que sobreviveram) , sociedades que conhecem ou não a escrita (neste caso, as formas precedentes são praticamente desconhecidas).
Strauss diz que qualquer homem se pode transformar em etnógrafo e ir partilhar no local existência de uma sociedade que o interesse; pelo contrário, mesmo que ele se transforme num historiador ou arqueólogo, nunca poderia entrar em contato direto