Raça e Cultura
CFH- Centro de filosofia e Ciências Humanas
Nara Campagna Pereira
LÉVI-STRAUSS, Claude, 1976, Raça e História. Em Antropologia Estrutural Dois, Tempos Brasileiros, Rio de Janeiro.
Em seu livro, o autor sugere que as desigualdades e diferenças culturais não acontecem devido a suposta superior capacidade de alguns e inferioridade dos outros, mas sim, de que elas surgem de acordo com as necessidades e circunstancias geográficas, sociológicas e históricas. Um dos pontos abordados por Lévi-Strauss é a questão do etnocentrismo, uma característica, nas palavras do autor, muito antiga das sociedades e que é existente ainda nos tempos presentes. O etnocentrismo propõe ao individuo de uma certa cultura transpassar preconceitos sobre culturas diferentes e distantes das suas, como por exemplo os Bárbaros, que não eram bárbaros no sentido de praticar barbáries, eram na verdade, sociedades com uma cultura diferente da cultura greco-romana. Como exemplo, o antropólogo francês aponta o caso dos indígenas das américas, tratados como selvagens, e também como os “selvagens” tratavam os europeus. Nesta parte, ele fala que as diferenças culturais nunca foram apresentadas ao homem como um fenômeno natural, o que ele defende de fato. Para ele, comparar culturas não é um método eficaz de adquirir conhecimento, já que cada uma delas possui suas próprias particularidades e especialidades, sendo elas contemporâneas ou não. Lévi-Strauss mostra diversas formas falidas e errôneas de comparação entre culturas atuais, que no senso comum são consideradas não avançadas com culturas paleolíticas ou tão antigas quanto, e mostra que por mais semelhantes que elas possam ser em pequenos aspectos, elas se diferem bastante em contextos mais amplos. Dessa forma, o antropólogo faz sua critica ao evolucionismo cultural, que sugere que há uma evolução no tempo e isso leva ao erro de pensarmos que temos sociedades contemporâneas atrasadas.