raça e cor
A análise do crescimento da população brasileira e de sua composição segundo a cor é altamente expressiva das condições de opressão que o branco dominador impôs aos outros componentes. Avaliamos em 6 milhões o número de negros introduzidos no Brasil como escravos até 1850, quando da abolição do tráfico; em 5 milhões o número mínimo de índios com que as fronteiras da civilização brasileira se foram defrontando, sucessivamente, no mesmo período; e em 5 milhões, no máximo, o número de europeus vindos para o Brasil até 1950. Destes 5 milhões, apenas 500 mil ingressaram no Brasil antes de 1850. De seus bagos viemos. Considerada a composição da população em 1950 (os censos de 1960 e 1970 não trazem dados referentes à raça ou à cor), verifica‐se que os índios de vida tribal, mais ou menos autônomos, estavam reduzidos a cerca de 100 mil (Ribeiro 1957); os negros terão alcançado um máximo de 5, 6 milhões; enquanto os que se definem como pardos (mulatos) seriam 13, 7 milhões; e os brancos (que são principalmente mestiços) ascenderiam a 32 milhões. Os índios inesperadamente se triplicaram de 1950 a 1990, provavelmente por se terem adaptado às moléstias dos brancos e por efeito da proteção oficial, que diminuiu substancialmente as chacinas.
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA SEGUNDO A COR (em
Milhares)
Ano Brancos Pretos Pardos * Totais:
1872
1890
1940
1950
1990
3.854 (38%)
6.302 (44%0
26.206 (63%)
32.027 (62%)
81.407 (55%)
1.976 (20%)
2.098 (15%0
6.644 (15%)
5.692 (11%)
7.264 (5%)
4.262 (42%)
5.934 (41%)
8.760 (21%)
13.786 (26%)
57.822 (39%)
9.930
14.333
41.236
51.922
147.306
Tabela 4 *Pardos (Englobamos nesta parcela (pardos) os contingentes designados como amarelos nos censos brasileiros, representados principalmente pelos nipo‐brasileiros e os índios, que não alcançam 5% dos totais). Fontes: IBGE: Conselho Nacional de Estatística (Laboratório de Estatística), 1961; e Anuário Estatístico do Brasil, 1993."
Apesar das deformações