RAZÃO
A origem da palavra razão na cultura ocidental vem de duas fontes: “ratio” palavra latina do verbo “reor” e “logos” palavra grega do verbo “legein”. São palavras substantivas derivadas de dois verbos que têm sentido duplo muito parecido que quer dizer: contar, reunir, juntar, separar, calcular. Logos, ratio ou razão significam pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção, com clareza e de modo compreensível para outros. Assim, na origem, razão é a capacidade intelectual para pensar e exprimir-se correto e claramente, para pensar e dizer as coisas tais como são. Desde o começo da Filosofia, a origem da palavra razão fez com que ela fosse considerada oposta a outras quatro atitudes mentais:
1) CONHECIMENTO ILUSÓRIO: que é a mera aparência das coisas que não alcança a realidade ou a verdade delas, A ilusão provém dos costumes, preconceitos, aceitação imediata das coisas como parecem ser, criando opiniões diferentes entre as pessoas, entre as sociedades. A razão opõe-se á mera opinião.
2) EMOÇÕES: sentimentos, paixões cegas, caóticas, desordenadas.
3) CRENÇA RELIGIOSA: a verdade nos é dada pela fé numa revelação divina, não dependendo do trabalho de conhecimento realizado pela nossa inteligência ou pelo nosso intelecto. Por isso os filósofos cristãos distinguem a luza natural (razão) da luz sobrenatural (revelação).
4) ÊXTASE MÍSTICO: onde o espírito mergulha nas profundezas do divino e participa dele, sem qualquer intervenção do intelecto ou da inteligência, nem da vontade, exigindo um estado de abandono, um rompimento com o estado consciente. A razão ou consciência se opõe à inconsciência do êxtase. Podemos defini-la também como a capacidade que tem a mente humana de estabelecer relações lógicas entre as coisas da realidade, de conhecê-las e compreendê-las, em contraste com as funções exercidas pelos sentidos; inteligência, raciocínio. A razão