RAZÃO E FÉ
RAZÃO E FÉ
A INTERPRETAÇÃO RACIONAL DO FENÔMENO RELIGIOSO
1. INTRODUÇÃO
O fenômeno religioso ocupou um lugar especial, e continua ocupando, na trajetória da história do pensamento humano.A proeminência do fenômeno religioso entre os seres humanos se apresenta de maneira constante a cada cultura no tempo e na história, mesmo que este não seja cultivado univocamente por todos numa mesma sociedade.
Parece que o ser humano não consegue desvencilhar-se do ‘fascínio’ que a religião exerce sobre si mesmo, sobre sua própria consciência, sobre sua existência, individual ou coletiva. Em todas as culturas humanas desenvolvidas na história da humanidade das quais conhecemos, não se tem notícia de que alguma forma religiosa não tenha sido produzida em seu seio. Isto nos faz crer que a religião, o re-ligare, busca e relação do ‘eu como transcendente’, é parte intrínseca da constituição e da natureza humana, visto que esta manifestação não é constatada nos demais seres vivos, mas unicamente no ser humano.
Diante da presença da religião em todas as culturas e civilizações humanas, duas posturas se forjam historicamente. De um lado estão àqueles que tratam de demonstrar a religião como que destituída de qualquer fundamento objetivo, que teria em sua origem a invenção ardilosa do homem devido ao medo, à prepotência ou à ignorância humana. Estes propõem um humanismo absoluto, negando as reflexões metafísicas e teocêntricas, por justificarem o ser humano como valor supremo e último da realidade, sujeito capaz de indicar para si mesmo (independente de agentes externos) seus valores, suas relações e sua realidade. De outro lado estão aqueles que denotam o valor objetivo da religião na medida em que justificam a relação do ser humano com a realidade absoluta, destacando o princípio da autonomia humana da consciência e liberdade responsável aberto à plenitude, de um ser humano orientado para Deus, princípio e fim de toda realidade.
2. A CRÍTICA RACIONALISTA AO