Razão e emoção
Tantas vezes me perguntei como agir após uma emboscada do destino, uma traição da vida, um momento infeliz. Se através da razão ou da emoção. Muitos exemplos me ensinam a fazer o uso do bom senso, do equilíbrio, sem saberem, todavia, se meu coração navega num mar de tranqüilidade ou está perto de explodir de emoções absolutamente impossíveis de conter.
Mas como condenar tantos avisos que, embora, pareçam sábios, esses conselheiros não podem ver o que está oculto dentro do meu peito?
Fico cismando de vez em quando de como utilizar a razão quando precisamos cuidar das coisas da alma e do coração? Como raciocinar livre para desprezar um passado que continua presente? Como construir o futuro com os tijolos do bom senso se as paredes do nosso espírito são desenhadas com a tinta rubra da emoção?
Como tomar decisões à luz da razão quando nos corredores da nossa existência vivem em estranhas núpcias, o amor, as suas perdas, suas conquistas, o ciúme, a desforra, o despeito, uma saudade que nunca finda?
Como viver afinal, entre a razão e a emoção, sem que nosso interior seja o grande palco de um duelo sentimental entre essas duas guerreiras da alma, que confundem nossos sentidos, brincam com o tempo, criam e matam esperanças, desafiam a felicidade, julgam, absolvem e condenam tantos outros sentimentos.
Se muitos pudessem ver o teatro oculto do nosso espírito não ficariam a exigir que nossos atos naveguem sempre nos mares serenos da prudência. Se pudessem devassar as cortinas que escondem nossas inquietações mais íntimas veriam que a razão da emoção é a maior verdade de todas as