Ratzel
Friedrich Ratzel (1844- 1904) é considerado o fundador da geografia humana, sendo responsável também pelo estabelecimento da geografia política como disciplina. Ratzel vivencia a constituição real do Estado alemão e suas primeiras décadas. E é neste contexto histórico que Friedrich Ratzel, elaborou uma geografia funcionista ao território, intimamente ligada às relações de poder, de domínio da terra, retratando a figura do "Estado", em outras palavras quando a sociedade se organiza para defender o seu território se transforma em Estado.
Ratzel tem sua formação inicial universitária naturalista, por isso, ele sempre faz em seus estudos a relação do homem com a terra. É na sua formação inicial acadêmica que Ratzel e suas idéias se integram com as teorias evolucionistas darwinianas, contribuindo para a concepção do determinismo geográfico, um determinismo com base na relação entre o ser e meio. E através desses estudos ele percebe o surgimento de uma nova geografia através do ambiente antrópico e de seu uso, e prevê um futuro essencialmente urbano para a sociedade moderna, no bem ou no mal.
Em linhas gerais a obra de Ratzel é uma tentativa de superar uma geografia puramente descritiva e de avançar na formulação de grandes construções explicativas, onde “o sentir do espaço” ocupa lugar primordial.
A geógrafa, Luciana de Lima Martins, defende a idéia de que no momento atual, em que se repensamos caminhos e descaminhos da atividade científica e do projeto da modernidade, e o lugar da geografia nesse contexto, a reflexão ratzelina é digna de atenção. Ela chama essa reflexão ratzelina de fase “madura”, pois, segundo ela, Ratzel se permite fazer um questionamento em que busca explorar “as contradições da visão de mundo entre conhecimento das ciências naturais e fé cristã. Nesse contexto o geógrafo reconhece o intransponível e o insondável, mas não toma perante esse fato uma atitude niilista. Apenas está consciente da existência de limites que o incitam a