Raquel de Queiroz
Rachel de Queiroz (Fortaleza, 17 de novembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2003) foi uma tradutora, romancista, escritora,jornalista, cronista prolífica e importante dramaturga brasileira.
Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões. Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 15 de agosto de 1994 na ocasião do centenário da instituição.
Principais Obras
- O Quinze, 1930
- João Miguel, 1932
- Caminho de Pedras, 1937
- As Três Marias, 1939
- A Donzela e a Moura Torta, 1948
- O Galo de Ouro, 1950, folhetins na revista O Cruzeiro
- Lampião, 1953
- A Beata Maria do Egito, 1958
- 100 Crônicas escolhidas, 1958
- O Brasileiro Perplexo, 1964
- O Caçador de Tatu, 1967
- O Menino Mágico, 1969
- Dora Doralina, 1975
- As Menininhas e Outras Crônicas, 1976
- O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas, 1980
- Cafute e Pena-de-Prata, 1986
- Memorial de Maria Moura, 1992
- Nosso Ceará, 1997
- Tantos Anos, 1998
- Três Romances, 1948
- Quatro Romances, 1960
Isabelly, Felipe e Luiz Fernando
3N
Telha de vidro
Quando a moça da cidade chegou veio morar na fazenda, na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha, uma alcova sem luzes, tão escura! mergulhada na tristura de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada, mas mandou buscar na cidade uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada sua camarinha sem claridade...
Agora, o quarto onde ela mora é o quarto mais alegre da fazenda, tão claro que, ao meio dia, aparece uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos, que - coitados - tão velhos só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria também se mete às vezes pelo clarão da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa careteia no espelho onde a