Raffestin
Entrevista :1
PROF. DR. CLAUDE RAFFESTIN
Universidade de GENEBRA
Entrevistador:
Marcos Aurélio Saquet
Marcos Aurélio Saquet: Como você iniciou sua formação e atuação acadêmica, como professor e pesquisador em geografia?
Claude Raffestin: Eu fiz meus estudos universitários em Genebra, seguindo uma tradição um pouco particular, considerando que eu combinei como era possível fazê-lo nessa cidade, a geografia, a história e a economia. É preciso dizer que entre 1956 e 1960, não havia muitos estudantes que pleiteavam um diploma de geografia. Depois de 1960, com a chegada do professor
Paul Guichonnet, as coisas mudaram muito na medida em que ele impulsionou significativamente a geografia universitária que não tinha, antes dele, grande reputação em Genebra. Eu, aliás, realizei minha tese com ele em 1968.
Entre 1960 e 1968, eu ensinei em várias escolas secundárias, no cantão de Genebra, para ganhar a vida. Entre 1961 e 1962, eu decidi, paralelamente às minhas atividades docentes, preparar uma tese de doutorado e escolhi trabalhar com um ensaio de Geografia industrial de Genebra que era, naquele momento, um centro de indústrias diversificadas, o que não ocorre mais na atualidade.
Essa tese foi apresentada em 1968 e como ela atraiu um pouco a atenção, a Universidade de
Genebra me ofereceu um posto de pesquisador antes de fazer um concurso para me tornar professor em 1971.
Eu devo reconhecer que, depois de meus estudos universitários, não tendo a oportunidade de estudar no estrangeiro, eu li muito e minha formação foi, em parte, aquela de um autodidata.
Sem dúvida, eu conservei, dessa época, um gosto muito grande pelas leituras extensas, não apenas em geografia, mas em muitos outros domínios. Dessa época eu também conservei o hávito de falar para os estudantes que eles deveriam ler muito e em muitos domínios do conhecimento. Com efeito, minhas raízes intelectuais são tanto em geografia quanto em história,