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Carlos Augusto Spredemann
1. INTRODUÇÃO
A parte do livro, intitulada “O Território e o Poder”, explica primeiramente, de forma clara, a diferença entre espaço e território. O território se forma a partir do espaço, onde ao se apropriar do espaço o ator territorializa ele. Portanto, o espaço é anterior preexistente a qualquer ação, ou seja é um espaço onde se projetou um trabalho. Assim o espaço só existe em função dos objetivos intencionais do ator. Raffestin faz uma comparação breve, para facilitar o entendimento do que foi dito, entre o espaço como matéria prima e o território como a produção.
Claude explica que a cartografia moderna se tornou rapidamente um instrumento de poder, da combinação dos seus elementos resultam as imagens ou as representações do espaço. A partir de uma representação, os atores iniciam a divisão das superfícies, a implantação de nós e a construção de redes. O poder constrói malhas nas superfícies do sistema territorial para delimitar campos operatórios. O autor afirma ainda que toda prática espacial, mesmo embrionária, induzida por um sistema de ações ou de comportamentos se traduz por uma produção territorial que faz intervir nó e rede. Esse nós e essas redes, podem ser bem diferentes de uma sociedade para outra, mas estão sempre presentes. Com isso podemos observar que nenhuma sociedade escapa da necessidade de organizar o campo operatório de sua ação. De uma forma geral, toda tessitura implica a noção de limite e falar de território é fazer uma referência implícita à noção de limite, contudo, a escala da tessitura determina a escala dos poderes. No entanto são essas redes que asseguram o controle do espaço e o controle no espaço.
2. DESENVOLVIMENTO
Segundo Soja, o mais geográfico dos modelos é aquele das relações espaciais determinadas por inclusões ou exclusões. Já René Girard afirma que no sentido de que a relação com o território é uma relação que mediatiza em