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Farmacêutica-bioquímica
Mestre em Análises Clínicas pela Universidade de São Paulo
Diretora técnica Laboratório de Análises Clínicas Verner Willrich
QUAL O VALOR DO DÍMERO D NO DIAGNÓSTICO
DO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR?
O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma doença comum e potencialmente fatal, tendo uma mortalidade de aproximadamente 30%. Com o uso de anticoagulantes e de trombolíticos, esta taxa pode ser reduzida para 2%-8%. O diagnóstico é freqüentemente difícil de obter, sendo que a prevalência de TEP em autópsia de pacientes hospitalizados (entre 12%-15%) tem se mostrado inalterada nos últimos 30 anos. TEP é uma causa comum de complicação e morte após cirurgias de grande porte, neurocirurgias, cirurgias ortopédicas, trauma, pós-parto, e nos pacientes clínicos portadores de neoplasias, doenças pulmonares e cardíacas. Com o aumento da longevidade destes pacientes, o TEP tende a se tornar um problema de importância clínica cada vez maior.
O diagnóstico precoce e a instituição imediata da terapêutica são essenciais na diminuição da morbidade e mortalidade desta entidade. Em grandes séries recentes, a prevalência de TEP em pacientes nos quais existe a suspeita clínica é muito baixa (ao redor de 15%-35%), não justificando o uso de exames invasivos e de alto custo como estratégia inicial na abordagem destes pacientes. Neste contexto, a dosagem do Dímero-D em pacientes com suspeita de
TEP não maciço é extremamente útil. O Dímero-D plasmático é um produto de degradação que tem reação cruzada com a fibrina e, quando dosado através do método ELISA quantitativo, tem se mostrado altamente sensível (acima de 99%) em casos de TEP ou TVP, com um valor de corte de 500 ng/mL. Portanto, valores de Dímero-D inferiores a 500 ng praticamente excluem
TEP. Embora o Dímero-D seja altamente específico à fibrina, a especificidade da fibrina para
TEP é muito baixa. De fato, a sua produção está aumentada em situações como câncer,