RADICAIS LIVRES NA SAÚDE E NA PRODUÇÃO ANIMAL*
ANIMAL *
Introdução
Na estrutura dos átomos e das moléculas, os elétrons associam-se normalmente em pares.
Define-se como radicais livres (RLs) as substâncias químicas que contêm um ou mais elétrons não pareados, ou seja, que apresentam um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica (FERREIRA & MATSUBARA, 1997 apud ALVES & SARTORELLI, 2007; LEITE
& SARNI, 2003). A presença de elétrons não pareados no átomo ou na molécula aumenta a sua reatividade química. Além disso, essa característica confere-lhes grande instabilidade, por tenderem a acoplar o elétron não pareado com um outro que esteja presente em estruturas próximas à sua formação, comportando-se como receptores (oxidantes) ou como doadores
(redutores) de elétrons. Os RLs podem ser eletricamente neutros, com carga positiva ou negativa (LEITE & SARNI, 2003).
Existem compostos reativos que, no entanto, não possuem elétrons não-pareados na última camada. Essas substâncias são classificadas como espécies reativas de oxigênio (ROS).
O oxigênio é o principal fornecedor de RLs. São exemplos de RLs o radical superóxido, o radical hidroxila e o peróxido de hidrogênio. Podem ser produzidos por eosinófilos, neutrófilos e células endoteliais. Os principais indutores de sua produção pelos neutrófilos são os microorganismos fagocitados. Os complexos imunes, o ácido araquidônico, os leucotrienos e o fator de ativação plaquetária parecem contribuir, em menor grau, na liberação de radicais livres
(LEITE & SARNI, 2003).
Os RLs tomam parte na destruição de microorganismos durante o processo de fagocitose, mecanismo essencial na defesa contra infecções, e atuam como fatores de transcrição na sinalização intracelular, induzindo à apoptose. Quanto aos efeitos adversos, sua produção tem sido implicada na carcinogênese, na progressão de doenças cardiovasculares, na patogênese da sepse e doenças oculares (catarata e degeneração macular), em complicações da