racismo
Inicio esses escritos lhes convidando a uma reflexão sobre mais um entre tantos entendimentos a tão complexa e fascinante educação com arte. Quando falo de arte, refiro-me diretamente ao desempenho diário das funções de professoras e professores que, juntamente às/aos alunas/os, ocupam um espaço fulcral na sustentação da instituição escola.
Sem querer aqui passar por piegas ou mesmo viajar por proposições mirabolantes, por demais acadêmicas e, por isso, apartadas do front pedagógico caracterizador das escolas brasileiras, procurarei, nos presentes escritos, levantar algumas questões eminentemente rotineiras nas situações de ensino e que, por conta disso, acabam passando sem a devida percepção, até mesmo aos olhos mais atentos.
Tomando a constituição de 1988 com ponto de partida para a análise da escola contemporânea, pode-se observar que o acesso e permanência obrigatórios para todas e todos foi responsável por uma revolução sem precedentes em nível de configuração humana na instituição. Ou seja, a escola, outrora para poucos, configurada pela exclusão ou inclusão restrita a uma pequena parcela da população branca, resumida em um microcosmo socialmente abastado, agora se vê, melanizada, socialmente diversificada e representada pelos matizes epidérmico-sociais de nossas meninas e meninos periféricas/os ou centrais. Decerto essa situação criou uma nova demanda, diria eu, assustadora para o corpo docente, afinal de contas, como lidar com essa situação? Como transitar em meio ao que, outrora, julgava-se improvável? Como reconstruir um currículo escolar validando as representações das/dos diferentes que traspuseram as concretas e abstratas barreiras que os separavam da educação formal?
Pois bem! Penso que, não somente, mas, também, a partir dessas questões, o corpo docente de nossas escolas, encurralado por uma avalanche de situações inusitadas acontecidas a todos os momentos de ensino