Resenha Crítica - Ensaio Sobre a Cegueira
O livro “Ensaio Sobre a Cegueira” narra a história de uma repentina epidemia de cegueira, que se alastra rapidamente, atingindo todo um país, e foi chamada de mal branco (os infectados viam apenas um grande clarão). O primeiro a ser infectado foi um homem que estava parado no sinal vermelho e ao abrir ele já não via nada. Este homem foi levado para casa por outro, que acabou roubando seu carro e algumas horas depois também ficou cego. Outros foram ficando cegos ao longo do tempo: o oftalmologista que atendeu o primeiro cego, os pacientes que estavam na sala de espera do seu consultório, sua secretária, sua esposa, a esposa do primeiro cego; e assim a doença foi se espalhando. A única que não foi contaminada pelo mal branco foi a esposa do médico que passou a ser os olhos dos que não veem. Como forma de conter a doença até que a cura fosse encontrada, o governo decidiu isolar os doentes em um manicômio desativado. O livro retrata como os indivíduos reagiram diante de tal situação, o medo do desconhecido, o egoísmo e a solidariedade, os limites da humanidade dentro de cada um e a tentativa de manter a dignidade e o bom senso diante de condições tão desumanas.
RESENHA CRÍTICA
“Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. Saramago mostra quão equivocado é este ditado popular, num país onde todos ficaram cegos de repente, apenas uma mulher consegue ver, o que poderia ser tido como algo incrível acaba por ser a pior coisa que poderia acontecer a ela, como a própria personagem retratou: “não sou rainha, não, sou simplesmente a que nasceu para ver o horror”. Um livro que à primeira vista pode ser definido como fictício, mas que na verdade retrata o que há dentro de cada ser humano, os instintos “animalescos” presentes em cada um, o retrato de uma sociedade que fecha os olhos diante dos fatos mais absurdos, “cegos que, vendo, não veem”.
O descaso do governo e a falta de organização são também retratados. Logo que é