Racismo
Benedito Ferro é um psicoterapeuta negro que nunca foi um ativista da igualdade racial, mas traz na sua trajetória de vida situações de preconceito veladas que marcaram a sua personalidade, talvez até por isso, mesmo que inconscientemente, tenha escolhido estudar Psicologia.
Dito se vê envolvido e loucamente apaixonado por uma mulher loira, que parece usá-lo como objeto de diversão e consumo. Para complicar, ainda aparece em seu consultório Bruno, um paciente desconcertante: machista, preconceituoso e truculento.
A história se passa em torno dessas três vidas que se cruzam, envolvendo também questões como família, status social, dinheiro, poder e sexo.
O trocadilho com o título da peça, Negros e Alvos, brinca com a dualidade negros / alvos (brancos), e também traz a questão dos negros como alvo do preconceito racial.
O objetivo da peça é sensibilizar o público “abordando os efeitos psíquicos da exclusão racial e do preconceito internalizado no inconsciente coletivo, além, principalmente, de tentar destituir o mito de que no Brasil não existe racismo”, explica o autor Monahyr Campos.
Ele, que também é músico, é responsável pela criação da trilha sonora original da peça, fruto de uma extensa pesquisa sobre a influência da música africana na cultura brasileira.
As músicas do espetáculo são apresentadas ao vivo com Monahyr Campos e Letícia Cruz tocando no palco e se revezando em papéis de apoio.
A dança contemporânea também tem destaque no espetáculo, com uma linda cena solo da atriz Camila Rodrigues, que interpreta a loira Bianca Weib e também é