Racismo

984 palavras 4 páginas
Uma das questões abordadas por Jonh Locke no "Ensaio sobre o Entendimento Humano", é a questão de se os humanos haviam cruzado com os macacos. A pergunta constantemente feita no século XVII era se os povos africanos podiam ser classificados como da mesma espécie dos europeus. E Locke tinha sérias dúvidas se eram da mesma espécie ou não. E uma das explicações para os povos africanos, que começa a ser ouvida em Barbados, por exemplo, na colônia inglesa em Barbados, no século XVII, era que os africanos negros eram produzidos pela relação sexual entre um chimpanzé e um ser humano. Então eles não são humanos. Eles são parte animal. Isso se soma a série de preconceitos acerca da animalidade dos africanos, sua bestialidade e sexualidade como animal. Até mesmo no século XX, tem-se a alegação do jazz ser animalístico. Esses são preconceitos que começam a estar presentes na cultura europeia no século XVII. No contexto do que achamos do ponto de vist a das grandes questões científicas e filosóficas. E também do ponto de vista literário.

Em "A Tempestade", não importa como você interprete Calibã, o estranho mestiço de Shakespeare reforça a ideia de que os escravos não são completamente humanos. Shakespeare não sabia como resolver essa problemática. Seria ele da classe trabalhadora? Seria o proletário? Seria africano? Seria o selvagem? Shakespeare não sabia como criar Calibã. Ó escravo venenoso, pelo próprio diabo gerado em tua mãe maldita. Apresente-se! Em "A Tempestade", parece claro que Shakespeare imaginou Calibã como um escravo negro. Ele tinha mãe africana e como pai, um demônio negro. Em certo aspecto, Calibã é a primeira representação do rebelde, sexualmente obcecado, violento e ignorante escravo negro. Sujo como és, tratei-te como gente, alojando-te em minha própria cela, até quando ousaste querer desonrar minha filha. Quisera tê-lo feito. Mas me impediste. Eu teria povoado a ilha com Calibãs. Shakespeare o retrata como alguém que podia ser enganado com algumas b

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