RACIONALIDADE DO CAPITALISMO E SERVI O SOCIAL
Este capítulo tem por objetivo estudo dos processos e determinações do trabalho nas sociedades capitalistas à luz dos fundamentos de uma ontologia do ser social e que tem dois pressuposto; o primeiro é o que os homens, para prover sua existência material, relacionam-se com a natureza, transformando e fazendo transformar a si mesmo; o segundo é o que este ato de autocriação e de autotransformação, a atividade humana é prática porque se realiza por meio de objetivações, e social porque por intermédio dela o homem apropria-se do conjunto das objetivações humanas. O trabalho, enquanto atividade prático-social, engrenda duplo movimento: o homem transforma a natureza e faz transformar a si mesmo e a outros homens, é esse movimento que consubstancia a sociabilidade humana porque o trabalho é para o homem a condição natural da sua existência. A força ou capacidade de trabalho consiste no conjunto das faculdades físicas e espirituais que existem na personalidade viva de um homem e que ele põe em movimento toda vez que produz valor de uso. Esses valores de uso, ou propriedades úteis das coisas são o seu valor natural de cada coisa consiste para satisfazer as necessidades da vida humana. A força de trabalho é cristalizada em mercadorias, é colocada no mercado para ser comparada a outras mercadorias, na medida em que produz mercadorias para satisfazer necessidades sociais, o trabalho tem valor de uso, porque é um trabalho concreto qualitativo e ao produzir mercadorias permutáveis, o trabalho humano é abstrato. A troca entre diferentes produtos só se realiza porque eles acabam por serem igualados quantitativamente, pelo tempo de trabalho socialmente necessário que é aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer, nas condições de produção socialmente normais e essa igualdade entre as mercadorias é resultado da mistificação que envolve as relações de produção