Raciocínio Sistêmico
RACIOCÍNIO SISTÊMICO:
Uma boa forma de se pensar o meio ambiente
MANUEL FOLLEDO*
N
PRIMEIRA PARTE
o dia 4 de setembro do 2000, a revista Time, em sua edição para a
América Latina, publicou um artigo sobre o descongelamento do „rtico devido ao aquecimento ambiental. Este efeito, afirma o artigo, é causado pelos gases emitidos pela combustão de combustíveis fósseis. O título do artigo “The Big Meltdown,” que antecipa o conteúdo, é acompanhado por um grito de alerta na forma de subtítulo: “As the temperature rises in the Artic, it sends us a chilli around the planet.” Alguns dados apresentados são estarrecedores, mas fáceis de transcrever: até 4 graus centígrados de aumento de temperatura no Alasca, Sibéria e parte do Canadá e perda de 40% da espessura da capa de gelo que cobre uma área 6% menor que em 1980.
Devo confessar que a leitura dessa matéria gerou um forte efeito em mim: fiquei pensando no mundo que espera por meus filhos e eventuais netos (falo filhos e netos e não tataranetos ou descendentes de um futuro distante). Se não bastasse o exemplo do descongelamento do Ártico, duas outras notícias foram divulgadas pela mídia nesses dias. Uma delas nos informava que cientistas da NASA observaram que a camada de ozônio aumentou muito além do previsto pela agência. O buraco cobre hoje uma área de 75 milhões de quilômetros quadrados. A segunda notícia: um novo vazamento, produzido pela Petrobrás, contamina os rios com 75 mil litros de óleo.
Parecia que a mídia estava disposta a derrubar meu otimismo, talvez ingênuo, que derivava da minha confiança de que a utilização integral do Raciocínio
Sistêmico (disciplina e prática que aqui apresento) na análise e gestão dos problemas ambientais, tanto em seus aspectos metodológicos como políticos e sociais, viesse a dar solução ou a minimizar de maneira significativa muitos dos problemas que hoje nos conturbam. Mas apesar do flamante pessimismo, continuo