questão judaica
Assim, os conceitos de alienação, materialismo dialético e ideologia, senão discutidos especificamente em “Questão Judaica”, são tangenciados e abordados, sempre com outras palavras. Fala-se de alienação quando se discute as relações de complementaridade (e não oposição, tal qual surgem em Bruno Bauer) entre religião, política e histórica. Tangencia-se o tema do materialismo dialético nas análises das especificidades do desenvolvimento histórico alemão em relação à França. E aborda-se (igualmente sem citar os termos) a ideologia, ao discutir-se/criticar-se a tese baueriana de emancipação pela mera via do estado laico político. Neste ensaio, finalmente, encontra-se frase, repetida à exaustão, referente ao papel ideológico da religião: “a religião é o ópio do povo”.
Emancipação Política x Emancipação Humana
Bruno Bauer (jovem hegeliano, como Marx) identifica o estado político leigo como momento da superação da religião. A emancipação política, decorrente da formação dos estados modernos, traria consigo liberdades civis, de maneira que, ainda segundo Bauer, o estado livre implicaria na liberação do homem. Marx parte da ideia de que a emancipação política pode perfeitamente co-existir ou mesmo relacionar-se com as religiões.
“O limite da emancipação política manifesta-se imediatamente no fato de que o Estado pode livrar-se de um limite sem que o homem dele se liberte realmente, no fato de que o Estado pode ser um Estado livre sem que o homem seja um homem livre”.
A consolidação do estado político tem como decorrência mais importante, no que se refere a suposta emancipação religiosa, a separação entre o público e o privado. Duas conseqüências importantes da oposição público x