Questionario ala 2 de meio ambiente
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."
João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores de todos os tempos, produtor de uma obra de alcance universal, nasceu na cidadezinha de Cordisburgo, em Minas Gerais, filhos de D. Francisca Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, de quem herdou a paixão pelas estórias. Joãozito, como era chamado quando menino, teve uma infância privilegiada.
Assim, tornou-se logo um poliglota, dominando o português, o alemão, o francês, o inglês, o espanhol, o italiano, o esperanto, alguma coisa do russo. Na leitura, ele também estendia seus conhecimentos ao sueco, ao holandês, ao latim e ao grego. Sem falar na curiosidade por outras línguas.
Formado em Medicina, passou a freqüentar o universo literário a partir de 1929, quando escreveu alguns contos que foram imediatamente premiados e publicados, embora o autor não reconheça o valor destas histórias – Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke, significando Tempo e Destino, O mistério de Highmore Hall e Makiné.
Em 27 de junho de 1930, casa-se com Lígia Cabral Penna, que lhe dá duas filhas: Vilma e Agnes. Dura pouco seu primeiro casamento.
Guimarães Rosa vai exercer a profissão em Itaguara, pequena cidade que pertencia ao município de Itaúna (MG), onde permanece cerca de dois anos.
Diante de sua incapacidade de por fim às dores e aos males do mundo numa cidade que não tinha nem energia elétrica, segundo depoimento de sua filha Vilma, o autor, acaba por afastar-se da Medicina.
Guimarães Rosa, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, trabalha como voluntário na Força Pública. Em 1933,