Questiona Rio Alegoria Da Caverna 1
A tentativa aqui é seguir o mito na sua literalidade metafórica (valha a contradição!). Que quer isto dizer? Tentar interpretar o sentido do mito a partir de um sério levar em conta a estória narrada com o máximo de detalhes que ela nos fornece.
1) Na Alegoria da Caverna, poder-se-ia dizer que o mundo que se apresenta aos prisioneiros acorrentados é um, um outro é aquele que se apresenta aos carregadores de estatuetas e, por último, um terceiro mundo é aquele que se apresenta ao homem que sai da caverna. O que primeiramente parece óbvio é que o que difere entre estes três mundos é o conjunto do que se apresenta: os homens acorrentados estão em condições de ver apenas sombras (das estatuetas e também de si mesmos), os carregadores de estatuetas estão em condições de ver as próprias estatuetas, o fogo que as ilumina e as sombras projetadas por elas (assim como podem ver os prisioneiros que as contemplam, enquanto estes não veem os carregadores de estatuetas, nem o muro e o fogo desse âmbito) e, por último, o prisioneiro liberto que ascende ao mundo exterior está em condições de ver o conjunto das coisas que são (ou, pelo menos, o que nós, leitores do mito, achamos ser o mundo aberto à exploração do conjunto das coisas que são). Ali estão acessíveis as sombras (e reflexos), as coisas naturais, mas também as fontes de luz naturais (de graus diferentes de luminosidade: as luzes noturnas, de um lado, e o sol, de outro) que iluminam as coisas e que, iluminando-as, projetam as sombras e reflexos das mesmas (para ele, a caverna ficou para trás).
Entretanto, não é somente o conjunto de coisas que se apresenta que muda de “mundo” para “mundo”. Também o modo em que essas coisas são compreendidas é diverso. Por ex.: As sombras que os prisioneiros veem não são sombras (pois eles somente poderiam saber que são sombras se lhes fosse dado conhecer algo que não é sombra, conhecimento que, nos é dito,