quem merece o que - aristóteles
a) justiça teleológica, em que é preciso conhecer o télos (objetivo) da prática jurídica;
b) justiça honorífica, compreender o télos de uma prática – ou discutir sobre ele – significa, pelo menos em parte, compreender ou discutir as virtudes que ela deve honrar e compensar.
Para que seja mais bem entendido, desenvolve-se o exemplo da flauta perfeita. A quem ela deve ser dada? Para Aristóteles a cada um é dado o que se merece, para pessoas iguais, dão-se coisas iguais. Mas como saber que a coisa certa está sendo dada para a pessoa certa? Perguntando-se acerca do télos do objeto e que virtudes devem ser honradas.
No caso da flauta, pode-se saber que o objetivo dela é ser mais bem tocada (télos) e aquele que deve recebe-la deve ser o melhor músico. Nesse sentido, entende-se que as coisas são feitas para melhor serem usadas.
Levando essa discussão para o plano das instituições sociais, questiona-se qual seria o seu télos. Para Aristóteles, a pergunta só seria bem respondida se soubéssemos qual o propósito da justiça. De acordo com o autor, o télos da política é formar e cultivar o bom caráter. A oligarquia e a democracia são rejeitadas por Aristóteles, porque ambos os modos de governo negligenciam a finalidade da instituição política, que é cultivar a virtude dos cidadãos para que todos possam viver uma vida boa. Nesse caso, quem mereceria governar seria aquele que melhor deliberasse sobre esses aspectos.
Aristóteles também fala que uma boa pessoa deve participar da vida política dos cidadãos, porque é da natureza humana deliberar sobre o certo e o errado através da linguagem, é isso que diferencia o homem dos outros animais. Sozinhos não somos capazes de desenvolver a linguagem e a deliberação moral.
A vida moral tem a felicidade como objetivo, entretanto, ser feliz não significa um estado de espírito como para os utilitaristas, e sim uma maneira de ser que significa usufruir de coisas nobres e sofrer com