Quem merece o quê/Aristóteles - Resenha do capítulo 8 do Livro Justiça: O que é fazer a coisa certa

Capítulo 8 – Resumo:
Quem merece o quê?

Ronaldo Matheus Philipsen

O oitavo capítulo do livro Justiça – o que é fazer a coisa certa, escrito pelo professor e filósofo Michael Sandel, trata de como a justiça é analisada conforme com a distribuição das coisas e direitos, ou seja, de um ponto de vista material. Essa problemática, mesmo estando intrinsecamente ligada com o sentimento geral de Justiça no senso comum, somente é pensada por Aristóteles, que em seu tempo se dedicou a explicá-la, tendo a sua contribuição não perdendo validade no decorrer do tempo e aplicável ainda hoje, na realidade globalizada e dividida em que vivemos.
Aristóteles preconizava a análise de Justiça sob dois pontos: primeiramente é necessário analisar qual é o télos2 de determinada coisa ou direito a ser distribuído. Um exemplo citado no livro e que é de fácil compreensão é o das melhores flautas, que por serem as melhores, tem por finalidade proporcionarem a melhor música. O segundo ponto 0 da concepção da justiça é a respeito da honra ou mérito. Quem mereceria as melhores flautas, tendo como pressuposto de que elas foram feitas para proporcionarem as melhores músicas? A resposta é muito clara: Os melhores flautistas! Afinal, seria injusto, ou talvez um desperdício, as melhores flautas ficarem nas mãos de músicos razoáveis, que por sua vez não conseguirão proporcionar a boa música para qual a flauta fora fabricada.
É evidente que definir o propósito de determinada coisa ou direito de fazer algo não é tão simples assim. Quando se discute o sistema de cotas raciais para ingresso em uma universidade não existe um consenso geral, justamente no que tange à segunda parte da composição da justiça, o mérito. Enquanto para alguns esse sistema é absurdo por ignorar a meritocracia do vestibular, que visa proporcionar o ingresso somente aos melhores e tendo critério somente o desempenho na prova, outra corrente fala que existe um mérito e grandioso, pois principalmente na realidade brasileira