Administração Financeira
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O autor tenta explicar a problemática exposta com base na teoria de justiça de Aristóteles, sendo esta dividida em duas concepções. A primeira dita qual é o télos, ou seja, o propósito, da prática em questão, para que assim se definam os direitos. Já a segunda remete-se a compreensão do télos que levará a compreender e discutir as virtudes.
‘‘A justiça envolve dois fatores: ‘as coisas e as pessoas a quem elas são destinadas’ [...] ‘pessoas iguais devem receber coisas também iguais’ (SANDEL, 2012, p. 234). Desenvolve-se assim o exemplo da flauta perfeita. Quem deve ficar com ela? Para Aristóteles cada um recebe o que merece. Mas como saber que a coisa certa está sendo dada para a pessoa certa? Perguntando-se acerca do télos do objeto e que virtudes devem ser honradas.
No caso da flauta, sabemos que seu objetivo é ser bem tocada (télos), pressupõe-se que aquele que deve recebê-la é o melhor flautista. Nesse sentido, entende-se que as coisas são feitas para melhor serem usadas.
Segundo Sandel o raciocínio teleológico não é tão comum atualmente como era no mundo antigo em que acreditava-se que a natureza mantinha uma ordem natural. Deixou-se de acreditar nesta teoria com o advento da ciência moderna, mais nem por isso deixamos de ver o mundo como algo dotado de uma ordem teleológica.
Levando essa discussão para o plano das instituições sociais, questiona-se qual seria o seu télos. Para Aristóteles, a pergunta só seria bem respondida se soubéssemos qual o propósito da justiça.
O autor expõe que o télos da política é formar bons cidadãos e cultivar o bom caráter. A oligarquia e a democracia são rejeitadas por Aristóteles, porque ambos os modos de governo negligenciam a finalidade da instituição política, que é cultivar a virtude dos cidadãos para que todos possam viver uma vida boa. Nesse caso, quem mereceria governar seria aquele