Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do Brasil – Alberto Costa e Silva
Rayanne Karollyne Pontes da Silva1
Pretende-se, neste trabalho, discutir a problemática da raça como fator causador do atraso brasileiro, visto que tal problemática permeia muitas das literaturas escritas no século XX. Como suporte teórico este estudo apoiou-se nas discussões apresentadas no texto Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do Brasil (COSTA E SILVA, 2000). De forma a sustentar as discussões apresentadas neste, utilizou-se das contribuições de Gilberto Freyre apresentadas no primeiro capítulo de sua obra Casa-Grande & Senzala (49 edição, Ed.: Global, São Paulo, 2004).
Em um primeiro momento o texto de Costa e Silva remete-nos a uma condenação do Brasil ao declínio, sob os parâmetros do que se tinha por ciência, pondo-nos como inferiores com relação à raça europeia pelo fato de sermos mestiços, para tanto se utiliza das contribuições de estudiosos como Euclides da Cunha e Sílvio Romero, os quais acreditavam que houvesse uma hierarquia de raças. Muitos dos estudiosos que se dispuseram à interpretação do atraso do povo brasileiro lançaram mão dos ideários racistas vigentes no século XX, inferiorizando o negro e o mestiço, expondo-os a um estágio de degeneração. Muitas destas possíveis interpretações deram-se sob a ótica europeia, ótica esta que se utilizava do conceito de eugenia.
Dada a construção dos ideários racistas europeus no Brasil, por sermos um caso particular de intensa miscigenação, por termos aqui toda uma gente que a ciência situara nos patamares inferiores, estávamos marcados negativamente dentro dos tristes limites do atraso econômico e social. A miscigenação condenava negativamente o país, restando-nos uma única saída, era preciso branquear a população propiciando um melhoramento da raça aqui instalada se desejássemos sair da condição de declínio e rever a inviabilidade nacional, visto que os fatores físicos (como a dimensão da