Queimadura
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A DOR DA QUEIMADURA: TERRÍVEL PARA QUEM SENTE, ESTRESSANTE PARA QUEM CUIDA
Lídia Aparecida Rossi* Cristina Camargo** Clarinia M. N. M. Santos*** Rita de Cássia de Paula Barruffin*** Emília Campos de Carvalho****
ROSSI, L.A.; CAMARGO, C.; SANTOS, C.M.N.M.; BARRUFFIN, R.de C.de P.; CARVALHO, E.C.de. A dor da queimadura: terrível para quem sente, estressante para quem cuida. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 3, p. 18-26, julho 2000.
Os objetivos deste foram identificar os significados culturais atribuídos pela equipe de enfermagem às manifestações de dor apresentadas pelos pacientes portadores de queimaduras e identificar as percepções dos pacientes frente à dor provocada pela queimadura e à assistência de enfermagem prestada nestas situações. Foram realizadas observações participantes e entrevistados quatro enfermeiros, cinco auxiliares e 12 pacientes, em uma unidade de queimados. A dor da queimadura foi compreendida pelos enfermeiros como: física e emocional. Para todos os profissionais o banho e curativo são procedimentos estressantes. Para os pacientes a dor é terrível e não pode ser explicada, mas necessita ser suportada. UNITERMOS: dor, queimaduras, etnografia
INTRODUÇÃO
Um trauma térmico sobre a pele produz uma série de alterações locais que irão resultar no aparecimento de dor e também pode provocar alterações definitivas na aparência. Segundo RUSSO (1967), a dor terá início quando houver a excitação direta das terminações nervosas da pele pelo calor, devido a destruição das camadas superficiais da pele e, conseqüentemente, exposição das terminações nervosas sensitivas. ARTZ et al. (1980) afirmam que “a dor da queimadura está geralmente relacionada com atividades específicas tais como limpeza da ferida, desbridamento, mudança de curativos e fisioterapia”. Por isso, poderá manifestar-se com maior intensidade principalmente na primeira e na