Quanto vale 20 centavos
Mariana
Brasileira, estudante de Ciências Contábeis da UFRGS
ELIANE BRUM, 2013. Quanto valem 20 centavos?
Vinte e um anos após o movimento dos caras-pintadas, a população brasileira sai às ruas novamente. Só que no lugar dos manifestantes da década de 90, agora são os seus filhos, netos e sobrinhos que fazem as reivindicações. O povo, que esteve em sono profundo durante essas mais de duas décadas, acordou. E, dessa vez, acordou maior ainda e querendo gritar. Entretanto, gritar contra o que, exatamente? Seria somente pelos 20 centavos acrescidos nas tarifas de ônibus? Eliane Brum afirma que há muito mais descontentamentos do que os apenas 20 centavos.
A escritora começa seu texto defendendo que ‘’ vinte centavos não são apenas vinte centavos’’ (ELIANE BRUM, 2013). Ela trata esses vinte centavos apenas como o estopim de vários desgostos da população brasileira, um estopim que teve de ser detido com balas de borrachas, gás lacrimogêneo, entre outros. A autora cita a utopia da população como a maior ameaça nestes 20 centavos, o que, para muitos, parecia estar morta. Essa idéia de utopia de Eliane defende exatamente a maior motivação, talvez indiretamente, dos protestos. Nós merecemos esse mundo ideal e, com os impostos que pagamos, já deveríamos tê-lo conquistado. Nós, enfim, estamos vivos, de acordo com ela. A escritora mostra que as manifestações ocorrendo em São Paulo e em todo o Brasil não são homogêneas, muito pelo contrário. Cada ‘’grupo’’ formado pelos movimentos tem os seus ideais e suas crenças, mas o que une todos eles são aqueles 20 centavos iniciais, que passaram a ser ‘’uma decepção com a vida que se vive e um anseio por sentido’’ (ELIANE BRUM, 2013).
Eliane começa seu terceiro parágrafo alegando que as manifestações de rua são a maior prova da existência de uma democracia, entretanto, se há protestos, significa que os lideres da nação em que estamos vivendo não estão fazendo nossas vontades como cidadãos. Como qualquer pessoa