Quando o cérebro entra em colapso
Circuitos neurais responsáveis pelo autocontrole consciente são vulneráveis mesmo diante de estresse leve. Quando ele é desativado, impulsos primitivos são liberados sem controle, provocando paralisia mental.
Revista Scientific American - por Amy Arnsten, Carolyn M. Mazure e Rajita Sinha*
Congelar sob estresse, experiência comum para todos nós em algum momento da vida, tem raízes na perda de controle sobre "funções executivas" que nos permitem controlar as emoções.
Em síntese
Áreas corticais pré-frontais, que servem como centros executivos de comando do cérebro, normalmente mantêm as emoções sob controle, enviando sinais para baixar o tom da atividade em sistemas cerebrais primitivos. Mesmo sob o estresse diário o córtex pré-frontal pode "travar" permitindo que a amígdala, o lócus de regulação da atividade emocional, assuma o controle, induzindo à paralisia mental e ao pânico. Os cientistas investigam melhor a fisiologia do estresse agudo e pensam em intervenções comporta mentais e farmacêuticas para nos ajudar a manter o controle quando as coisas ficam difíceis. Exame de admisssão para medicina nos Estados Unidos exige cinco horas de uma saraivada de perguntas que, muitas vezes, deixa ansioso até o candidato mais bem preparado. Para alguns, a pressão torna as aptidões de raciocínio lentas e mesmo bloqueadas. A experiência - também conhecida como paralisia mental, congelamento cerebral, aflição, nervosismo, apagão, "branco" ou uma dúzia de outros termos descritivos - é familiar a qualquer pessoa que tenha se atrapalhado durante um discurso, se deparado com o bloqueio de escritor ou lutado para terminar um teste longo.
Durante décadas, cientistas acreditaram ter entendido o que se passa no cérebro durante um teste ou um tiroteio numa batalha. Nos últimos anos, uma linha diferente de pesquisa colocou a fisiologia do estresse sob uma perspectiva inteiramente nova. A resposta a essa situação não é uma reação primária