qualidade
Bernardo F. E. Lins
Engenheiro Civil (UnB), Certified Quality Engineer (ASQ)
Consultor Legislativo da área de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática
1 Introdução
A gestão da qualidade tornou-se uma ferramenta gerencial amplamente adotada a partir dos anos sessenta, no lastro dos sucessos alcançados pela indústria do Japão no pós-guerra. Abrange um diversificado leque de instrumentos que inclui técnicas de planejamento de curto e de longo prazo, procedimentos de controle da qualidade, métodos de identificação, análise e solução de problemas na produção e em atividades de apoio, formas de organização flexível da manufatura e procedimentos para estimular o trabalho em equipe e a participação do trabalhador nas decisões de produção. Inúmeras denominações foram cunhadaspelo mercado para esse rol de técnicas, dependendo do enfoque e das prioridades atribuídas por quem as aplicava, tais como “garantia da qualidade”, “controle da qualidade total”, “gestão da qualidade total” e, mais recentemente,
“reengenharia de negócio”, “gerenciamento enxuto” e “seis sigma”.
Alguns artigos em revistas de administração e em jornais sugeriram, ao longo desses anos, que a ampla adoção dessas técnicas teria produzido efeitos de tal ordem nas empresas que seria, em parte, responsável pelo salto de produtividade da mão-de-obra constatado ao final da década de oitenta e início da década de noventa na indústria como um todo, seja no Brasil, seja em outros países1. Essa visão justificou diversas iniciativas governamentais, como programas da qualidade para alavancar a adoção dessas técnicas2, prêmios da qualidade que identificassem casos de excelência
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No caso específico do Brasil, as taxas de aumento da produtividade mantiveram-se, historicamente, em valores da ordem de 2 a 3% ao ano, apresentando uma elevada média de 6,8% ao ano na década de cinqüenta e de 5,6% ao ano no período do “milagre econômico” (1970-1973) e chegando a ser