Qual é a função da história?
Tal questionamento, se levarmos em conta o imediatismo hegemônico que experimentamos frente às necessidades de manutenção do fluxo e a celeridade crescente deste, bem como o montante de informação gerada todos os dias, a resposta é: nenhuma.
Ora, não podemos mais entregar balelas às crianças e lhes dizer coisas como: “A história é importante, pois nos ajuda a evitar os erros do passado” ou “para entender o presente”. Elas entendem seus respectivos presentes, elas o vivenciam, elas o tocam. Contudo, sua experiência no tempo pára por aí. E não lhes faz falta saber mais, simplesmente o que passou não lhes interessa, vez que só o futuro, mas o futuro tangível, está em conta. Não podemos culpá-los por isso. A juventude só reflete o que a sociedade é. O estudo da História não lhes traz nada que possa fazer com que suas aspirações, que existem no agora, sejam atendidas amanhã, ou mesmo, na semana que vem.
Como bons soldados, são moldados dentro dos parâmetros do que se espera deles. No entanto, utilizando das palavras de Florence Nightingale, enfermeira britânica na Guerra da Criméia: "É necessária uma certa dose de estupidez para se fazer um bom soldado". Ou seja, quanto menos questionamentos melhor, pois estes não são coerentes com a hierarquia da cadeia de comando, o conhecimento em geral passou a ser laborioso – tanto quanto tedioso – meio pra um o fim, que nada mais é que estar aonde o contexto o vem a colocar. E, assim como cada nova e absolutamente vital invenção, o abril vem sendo aperfeiçoado para produzir cada vez mais e altercar tanto quanto menos.
Sob esta óptica, o historiador não é nada senão um ser diletante que não se furta ao prazer de mostrar aos outros o quanto conhece de coisas que não dizem