Quadro comparativo
A postura do Leitor no Ato de Ler e de Escrever
Apresentam-se, a seguir, alguns textos que trazem considerações fundamentais sobre o processo de leitura e escrita.
1. Uma conscientização sobre a importância do ato de ler e de escrever
Há, portanto, uma arte de escrever - que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar.
A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio.
O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensível de ideias.
Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever.
Justamente por causa disso, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo dentro da sociedade são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância em que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo de mero exercício formal.
Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.
Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]
A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura