Pós-modernismo
A "cidade colagem" é agora o tema e a "revitalitação urbana" substituiu a "renovação urbana" como a palavra chave do léxico dos planejadores. "Não faça pequenos planos", escreveu Daniel Burhnham na primeira onda da euforia planejadora modernista no final do século XIX, ao que um pósmodernista como Algo Rossi pode agora responder mais modestamente: "A que, então, poderia eu ter aspirado em minha arte? Por certo, as pequenas coisas, tendo visto que a possibilidade das grandes estava historicamente superada." No romance pós moderno, a fronteira entre ficção e ficção científica sofreu uma real dissolução, enquanto as personagens pósmodernas, com freqüência parecem confusas acerca do mundo em que estão e de como deveriam agir com relação a ele.
A própria redução do problema da perspectiva à autobiografia, segundo uma personagem de Borges, é entrar no labirinto. "Quem era eu? O eu de hoje, estupefato. O de ontem, esquecido: o de amanhã, imprevisível." Os pontos de interrogação dizem tudo. Na filosofia, a mescla de um pragmatismo americano revivido com a onda pós moderna e pós estruturalista que abalou Paris de 1968 produziu o que Bernstein (1985, p. 225) chama de "raiva do humanismo e do legado do Iluminismo". Isso desembocou numa vigorosa denúncia da razão abstrata e numa profunda aversão a todo projeto que buscasse a emancipação humana universal pela mobilização das forcas da tecnologia, da ciência e da razão.
A crise moral do nosso tempo é uma crise do pensamento iluminista. Porque, embora esse possa de fato ter permitido que o homem se emancipasse "da comunidade e da tradição da Idade Média em que sua liberdade individual estava submersa", sua afirmação do "eu sem Deus" no final negou