Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura
Edvaldo Pereira Lima (ed.pl@terra.com.br)
4ª edição, revisada e ampliada, Barueri, Manole, 2009, 470 pp
P. 8. (...) O enforque sistêmico inclui, automaticamente, a aceitação de que os princípios apontados pela Teoria Geraldo dos Sistemas são universais. Isto é, aplicam-se a qualquer fenômeno que se queira examinar. E impõem três condições para a construção do conceito que se busca:
1. a contextualização do fenômeno que se está analisando, para detectar as realidades circundantes, bem como as características intrínsecas que afetam seu comportamento;
2. o mapeamento do fenômeno no tempo, de modo a definir as particularidades relevantes de seus antecedentes e a inferir possíveis desdobramentos no futuro;
3. a identificação da função que o sistema – isto é, o fenômeno em exame – vem desempenhando e poderá vir a desempenhar.
Pp. 20-21. Na prática do jornalismo interpretativo, a elucidação do que está mal explicado se corporifica mediante a inclusão de alguns ou de todos esses ingredientes: o contexto do fato nuclear ou da situação nuclear – quando se trata de um tema mais duradouro e que não reflita apenas uma ocorrência menor, quase isolada –, para que se tenha uma visão clara de toda a rede de forças, naquele fenômeno focalizado, que lhe determina, impele, faz ser como é; os antecedentes, para resgatar no tempo as origens do problema, como veio crescendo até o eclodir do fato que se examina ou a maturação da situação que se aborda; o suporte especializado, mediante enquete, pesquisas de opinião pública ou entrevistas com especialistas e testemunhas do assunto em questão, para lhe dar a sustentação que evita a informação oca; a projeção, visando inferir do presente e do passado os desdobramentos do caso, suas consequências possíveis, seu alcance futuro; o perfil, que é o lado da humanização da reportagem, já que o jornalismo se diferencia também por ser uma forma de