Psicólogo e o cras
O compromisso social da Psicologia e de seus profissionais em nosso país efetivou-se verdadeiramente só no século XXI quando ela se volta para as políticas públicas, se colocando como uma psicologia para todos. Mesmo sendo regulamentada em 1962, era tida e mantida pela sociedade brasileira até meados da década de 80, como uma ciência guardiã da ordem, onde sua maior contribuição era a previsão e controle dos comportamentos.
Os movimentos de mudança na atuação profissional iniciam quando os psicólogos começam a promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, contribuindo para a diminuição da negligência, discriminação, exploração e violência. Assim os psicólogos realmente assumem a responsabilidade social desta ciência, e é pautado na responsabilidade social que o psicólogo pode atuar inserido no CRAS.
O psicólogo do CRAS pode e deve direcionar o seu trabalho para a prevenção e terapêutica das situações de sofrimento oriundas do processo sócio-econômico como sugere SAWAIA (2002), ao qual estão expostos os usuários de tal serviço. Estas situações são criadas e cultivadas pela lógica perversa neoliberal, que impõem a estes usuários o lugar de objeto.
É na tentativa de promover autonomia do sujeito vitimizado, de desnaturalizar a violação de seus direitos e de propiciar o desenvolvimento de vínculos interpessoais, que o psicólogo deve pautar suas ações dentro do CRAS, atuando no campo simbólico e interpretando com vista o fortalecimento pessoal. Contribuindo assim, para a inserção social do sujeito, como nos propõem Os Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais e Psicólogos (as) na Política de Assistência Social (2007).
È na escuta dos significantes que estruturam e caracterizam esta população, que o psicólogo pode interpretar e sinalizar ao indivíduo quais significantes ele pode se apoderar como seus e quais são os que ele reproduz sem tomada de consciência. Assim de posse do conhecimento produzido