PSICOSSOCIOLOGIA E SOCIOLOGIA CLÍNICA
A sociologia tradicional trabalha com a idéia que o comportamento é superdeterminado pelas regularidades objetivas, negligenciando as questões sobre o sujeito. Assim, Dubet (1995) contra esses pressupostos da sociologia clássica, passa a defender uma sociologia da experiência, que associa uma sociologia do sujeito, em que, este é visto como ator na construção de sua experiência.
A sociologia clínica se refere ao encontro de duas sociologias, a sociologia das estruturas, que se atem aos fenômenos sociais e uma sociologia dos indivíduos, que se atem as condutas das pessoas e construção do social. Assim, a sociologia clinica não se opõe psicossociologia, ela tenta, portanto, prolongar no campo sociológico os diferentes elementos da psicossociologia.
A Psicossociologia estuda o individuo e o coletivo em interação, assim como a lado afetivo e institucional dessa relação, os processos inconscientes e os sociais. As intervenções, portanto, então centradas na relação individuo – sociedade, pois o individuo é multideterminado. Ele é produto de sua história de vida, que inclui a vivencia familiar, e do meio social em que vive, que inclui a cultura, época histórica, etc. Assim, o sujeito esta envolvido numa dupla determinação, social e psíquica, ou seja, como produto da história os fatores sócio-históricos influenciam no processo de socialização e também os fatores intrapsíquicos que determinam a sua personalidade.
O individuo por estar submetido a múltiplos e contraditórios determinismos é obrigado a fazer escolhas, desenvolver sua autonomia. Entender o individuo como multideterminado é importantíssimo para perceber e fazermos uma distinção entre os determinismos socioeconômicos e suas conseqüências psicológicas. Pois, ao tentar transpor para o plano psicológico os problemas de ordem social, acaba-se por transferir toda culpa, impotência e responsabilidade para o próprio individuo. Mas também o contrário ocorre,